A União Europeia apresentou no
último mês a versão final do Código de Boas Práticas para modelos de
inteligência artificial de uso geral (GPAI). Elaborado por especialistas
independentes, com a participação de mais de mil organizações, o documento tem
caráter voluntário, mas sinaliza os compromissos que deverão orientar o
cumprimento do AI Act. Embora o AI Act já tenha entrado formalmente em vigor em
2 de agosto de 2025, suas exigências serão aplicadas de forma escalonada: a
partir de 2 de agosto de 2026 para novos sistemas e em 2027 para modelos já
existentes. Entre as medidas do Código, destacam-se a exigência de publicação
de resumos sobre os dados utilizados no treinamento, regras específicas sobre o
uso de conteúdo protegido por direitos autorais e protocolos de segurança
voltados à mitigação de riscos sistêmicos.
O Código oferece às empresas que
o assinarem, redução encargos administrativos e facilita a comprovação de
conformidade com a legislação europeia. Enquanto companhias como a OpenAI
indicaram intenção de aderir, a Meta anunciou que não assinará o documento,
alegando que o texto cria incertezas jurídicas e ultrapassa o escopo do próprio
AI Act.
O AI Act, aprovado em 2024,
estabelece proibições a determinados usos da IA, cria regras de transparência
para sistemas de alto risco e impõe avaliações de impacto obrigatórias. O
descumprimento poderá gerar multas de até 7% do faturamento global anual. Além
da regulação, a Comissão Europeia anunciou planos de investimento robustos, com
a previsão de mobilizar cerca de 200 bilhões de euros para fomentar startups e
criar até cinco gigafábricas de IA, equipadas com infraestrutura de ponta para
o treinamento de modelos avançados.
Sob a ótica jurídica, a adesão ao
Código pode servir como indício de boa-fé em disputas relacionadas à
responsabilidade civil e à propriedade intelectual. Por outro lado, a recusa em
aderir pode ser usada como argumento de negligência ou resistência ao cumprimento
de padrões emergentes. O movimento também pressiona outros países a considerar
instrumentos semelhantes para harmonizar suas próprias iniciativas
regulatórias, evitando barreiras comerciais e assegurando competitividade em um
mercado global cada vez mais pautado pela segurança e pela governança digital.
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Fontes: Overview
of the code of practice | EU
lays out al code of | Meta
snubs the eu´s voluntary al guidelines | Eu´s
al code of practive for companies.
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