O Reino Unido iniciou a aplicação
do Online Safety Act, legislação que impõe regras rígidas para plataformas
digitais quanto ao controle de conteúdos nocivos e à proteção de menores. Desde
25 de julho, plataformas digitais de grande porte, incluindo redes sociais e
sites de conteúdo adulto, passaram a ser fiscalizadas pela Ofcom, o órgão
regulador britânico. A norma exige verificações eficazes de idade, mecanismos
para denúncia de conteúdo, exclusão rápida de materiais prejudiciais e a
responsabilização pessoal de executivos por falhas na segurança infantil.
Com o início das sanções, quatro
empresas foram investigadas por operarem 34 sites sem os devidos controles. A
penalidade pode chegar até £18 milhões ou até 10% do faturamento global. A
parte que você destacou menciona o uso de VPNs (Virtual Private Networks, ou
Redes Privadas Virtuais) como uma forma de os usuários esquecerem ou
contornarem os bloqueios e verificações de idade impostas pelo Online Safety
Act.
VPNs permitem que os usuários se
conectem à internet de maneira segura e anônima, mascarando sua localização
real e tornando seu tráfego de dados privado. No contexto da legislação, muitos
usuários recorrem a essas ferramentas para evitar a aplicação de regras, como
as verificações de idade, já que uma VPN pode fazer parecer que o usuário está
em outro país ou em uma rede privada.
A regulação mira também os
algoritmos que impulsionam conteúdos misóginos e odiosos, exigindo das
plataformas moderação ativa. A Ofcom determinou que redes sociais deixem de
promover esse tipo de material a menores e nomeiem executivos responsáveis pela
segurança online de crianças. Entre os críticos, entidades como a Molly Rose
Foundation e a NSPCC consideram as medidas ainda tímidas diante da complexidade
do problema.
Nos bastidores, o governo dos EUA
manifestou insatisfação com a norma britânica, citando possíveis violações à
liberdade de expressão. Aliados do presidente Donald Trump criticaram a regra e
sugeriram impactos nas negociações comerciais. Apesar disso, autoridades
britânicas permanecem firmes. Lord Michael Grade, presidente da Ofcom, afirmou
que "as Big Techs trouxeram isso para si mesmas" e que "não se
pode deixar o mercado agir sem regulação diante de tanto dano". O
secretário de tecnologia Peter Kyle reforçou que as proteções às crianças
"não estão em negociação".
O desenvolvimento e a
implementação dessas normas levantam debates importantes sobre os limites entre
proteção de usuários e liberdade de operação das plataformas, em um contexto
que continua a evoluir juridicamente e politicamente.
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Fontes: UK probes 34 porn sites under new age | Stuck in Trump´s shadow – politico | What are the Ofcom measures to protect online | The Guardian | Ofcom´s Grade defend.
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