A OpenAI
anunciou, dias após o lançamento do app de vídeo Sora, a revisão de sua
política de direitos autorais. A empresa promete dar aos titulares mais
granularidade para autorizar, limitar ou bloquear a geração de vídeos com
personagens e prevê compartilhar receita com quem optar por licenciar o uso. A
guinada responde à reação imediata do setor de entretenimento e recoloca no
centro do debate a compatibilização entre inovação em IA generativa e proteção
de propriedade intelectual e direitos de personalidade.
Do ponto de
vista jurídico, a mudança reduz o risco do modelo “opt?out” (retirada a pedido)
e se aproxima de um consentimento específico por titular e por personagem. No
Brasil, o tema se divide em três frentes: direitos autorais (quem pode usar a
obra e de que jeito), marcas (proteção de nomes e logotipos) e direitos da
personalidade (uso de nome, imagem e voz de pessoas). Fora do País, aparecem o
“right of publicity” (controle comercial sobre nome e imagem), pedidos de
remoção no estilo DMCA e, na União Europeia, o AI Act, que puxa mais
transparência e governança para sistemas de IA.
A mudança
para o modelo “opt-in” inverte a responsabilidade: a OpenAI só pode usar
personagens e obras protegidas por copyright se obtiver permissão explícita dos
respectivos detentores. No sistema anterior, o “opt-out”, o uso era permitido
por padrão e cabia ao criador solicitar a retirada. Agora, além do opt-in,
serão oferecidos controles granulares para que os titulares definam como seus
personagens podem ser usados.
Na prática, a
revisão tem dois eixos: primeiro, um modelo de “opt?in” por personagem ou
franquia, no qual titulares poderão permitir, limitar ou proibir usos no Sora;
segundo, um piloto de compartilhamento de receita para quem autorizar, cujo
desenho (critérios de medição, rateio e auditoria) ainda será testado. A empresa
também sinalizou que esses controles começam no Sora e podem ser levados ao
restante do portfólio conforme amadureçam. O anúncio veio após o app alcançar o
topo da App Store com vídeos que replicavam personagens protegidos, o que
acelerou as pressões de estúdios e agências.
A reação de
Hollywood foi rápida, grandes estúdios e agências sinalizaram restrições e
proteção ativa de catálogos e do NIL (nome, imagem e semelhança) de talentos.
Na prática, isso pode significar três peças combinadas: (1) uma “marketplace”
de licenças onde os titulares definem condições e preços para uso de
personagens/obras; (2) padrões técnicos de proveniência, como o C2PA, para
marcar o que é gerado por IA e quem autorizou; e (3) listas de
bloqueio/liberação por franquia que impedem usos não permitidos. Juntas, essas
peças funcionariam de modo parecido ao “Content ID” do YouTube, mas voltado a
vídeo gerado por IA.
A mudança
cria precedentes contratuais e regulatórios. É provável que cláusulas de “opt?in
por padrão”, auditoria de métricas de monetização e salvaguardas de imagem/voz
se tornem exigências recorrentes em negociações deste tipo. Em relação ao
contencioso, a existência de controles nativos e de um trilho de licenciamento
pode reduzir risco de tutela de urgência e danos punitivos, mas amplia a
importância da prova de consentimento e do mapeamento de titularidade.
Acompanhe o E,M Tech New, seguindo os perfis do Elias, Matias Advogados no LinkedIn, Instagram e Facebook. O GT-IA e a área de Inovação e Startups do escritório compartilharão uma notícia atual sobre tecnologia e analisarão seus impactos jurídicos.
Fontes: Open sora from chat Maker | Open sora app from | Open sora vídeo app is | Sora update | Open wasnt expecting |
Avenida Paulista, 1842,16º andar • Conjunto 165 01310-200 – São Paulo/SP – Brasil
+55 (11) 3528-0707
Comentários/ 0